A carreira de treinador de futebol é movida pelo resultado imediato. Com vitórias, a ascensão é meteórica. Com derrotas, a troca é provável. Aos 42 anos, Jerson Testoni vivenciou os dois extremos do futebol em pouco mais de 3 anos de carreira de treinador principal.
Jersinho esteve na comissão técnica do Brusque campeã da Série D em 2019 e deu sequência no trabalho conquistando a Copa SC do mesmo ano, a Recopa Catarinense e o acesso para a Série B em 2020. De volta ao futebol catarinense, após passagem no Brasil de Pelotas, a missão de Jerson Testoni era reestruturar o JEC. Com a eliminação precoce na primeira fase da Copa SC, o Joinville decidiu trocar de treinador.
Após o trabalho no Joinville, Jerson está de volta ao mercado e conversou com o Esporte Campeão. Confira a entrevista exclusiva:
Como você avalia a sua carreira de treinador até aqui? Positiva. O Joinville foi meu 3º clube como profissional. Em termos de resultados, conquistamos no Brusque e Brasil de Pelotas, atual campeão do interior, colocamos o Brasil na Copa do Brasil 2023. Infelizmente no JEC a gente não conseguiu o objetivo. Quem acompanhou o dia a dia sabe do empenho. Faz parte do processo do futebol, acho que venho num crescimento e estou procurando sempre evoluir.
O que faltou para o Joinville chegar mais longe na Copa SC? Futebol é complexo. A gente trabalhou 7 rodadas em primeiro e segundo lugar. Quando faltavam 3 rodadas, precisávamos de um ponto e sofremos. Algumas lesões prejudicaram. Nossa folha era de 100 mil reais. Média salaria de 4.800 reais. Robinho se lesionou na estreia e a gente não tinha orçamento pra reposição. Perdemos também Baloteli e João Vitor por alguns jogos.
Por que a equipe não conseguiu repetir a atuação que teve contra o Figueirense, no Scarpelli e qual o peso das derrotas para Nação e Carlos Renaux? Foi um jogo muito positivo. Fizemos dois grandes jogos com o Hercílio e com o Carlos Renaux em casa também. Isso está dentro daquelas 7 rodadas que estávamos bem. O que faltou foi nas 3 últimas rodadas. A derrota pro Nação em Ibirama nos abalou muito. Eu senti que o grupo ficou abalado. A gente tinha obrigação pela estrutura e camisa de vencer o Nação, com todo respeito ao Nação. Aquela derrota gerou um desconforto muito grande. Nosso grupo era jovem, de jogadores que estavam buscando espaço no mercado. A derrota pro Nação foi crucial pra falta de equilíbrio da nossa equipe no restante da competição.
Esperava continuar no Joinville e era possível ter uma sequência no Catarinense? Esperava. Quando a gente assina um contrato espera cumprir. Eu tive duas propostas pra sair do Joinville, mas dei negativa porque queria ficar. Se tem a permanência do Charles (ex-Presidente), eu teria continuado porque o Charles mesmo falou porque acompanhou o dia a dia, seções de treinamento e tinha confiança no meu trabalho. Com a nova diretoria não houve acordo. Eu tinha certeza absoluta que a gente faria um excelente estadual e conseguiríamos o objetivo de calendário nacional. A gente vinha num processo de renovação com alguns atletas, mas infelizmente tudo foi jogado fora por conta das 3 últimas rodadas. Faz parte do futebol e eu respeito as decisões da nova diretoria.
O que você está fazendo desde que saiu do JEC e o que espera para 2023? Primeiramente descansar. Foram 3 anos numa batida muito forte sem férias. Ao mesmo tempo, estou buscando conhecimento, lendo e consegui arquivar todas as seções de treinamento. Isso é importante para ter uma auto avaliação. Para 2023, apareceram algumas coisas, mas estou aguardando objetivos maiores. Quero entrar muito motivado e preparado para fazer um grande trabalho.
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