Campeã olímpica na Rio 2016, Martine Grael encara outra importante competição mundial, a Volvo Ocean Race. Integrante do team AkzoNobel, a atleta disputa a segunda etapa da regata de volta ao mundo, entre Lisboa, em Portugal, e Cidade do Cabo, na África do Sul. E o percurso pelo Atlântico oferece a opção às equipes de passar perto da costa brasileira. O AkzoNobel segue na liderança da perna na manhã desta sexta-feira (17) após mais de 60% do percurso percorrido.
”Depois dos Jogos do Rio, estou velejando em águas muito parecidas como esta, porque são as mesmas ondas que a gente pega na costa do Rio, e lá eu era total experiente na minha classe (49er FX) e aqui estou como principiante. Aqui é uma mudança bem grande, mas eu estou aproveitando bastante, principalmente essas águas mais tranquilas, porque tem bastante pela frente”, disse Martine Grael. ”Nós estamos em uma altitude próxima ao Rio (Niterói), onde eu moro, e sinto saudade de casa, porque estou muito tempo fora, então as vezes no barco eu ponho um pouco de música para lembrar um pouco de casa”.
O equilíbrio da etapa é evidente pela posição dos sete barcos. A diferença do primeiro colocado para o último até o momento é pequena (menos de 150 quilômetros), levando em consideração as amplas opções pelo Atlântico.
”Os barcos não funcionam como se estivéssemos caminhando, então uma linha reta de A à B não é o caminho mais curto, porque tem sistemas de alta pressão e baixas pressões então a gente vai na rota que tem mais vento e isso nos leva para perto do Brasil”.
A segunda etapa terá um contorno da Ilha de Santa Helena, já nos chamados mares do sul. E por isso os barcos se estudam para se aproximar do destino final em vantagem. O primeiro a tentar fazer esse jibe explicado abaixo por Martine Grael foi o Team Brunel.
”Agora vai ter um jibe, que é quando a gente começa a pegar uns ventos do sul onde todas as frentes frias passam e levam até a África do Sul. Quem se posicionar melhor nesse jibe vai ter uma mudança de posição, então estamos tentando ir o mais rápido possível em direção ao sul para pegar essa mudança antes”.
Martine Grael recordou um dos momentos mais especiais para a atleta na Volvo Ocean Race, o batismo após a passagem pela Linha do Equador. Como manda a tradição, todos os novatos passam por um ritual a bordo.
”Netuno veio nos visitar, a gente tomou um pouco de peixe na cabeça, e tem comida que está na minha cabeça provavelmente, mas foi bom para tomar um banho na proa, dar uma lavada também, porque 20 dias nesse barco sem tomar banho, as vezes é dose”.
Na teoria, as equipes mais próximas da costa brasileira – Dongfeng Race Team, MAPFRE, Team Brunel e Vestas 11th Hour Racing – provavelmente pegarão os ventos mais fortes a partir de agora. Os barcos devem terminar a etapa até o dia 24 de novembro.
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