Emoção é o que os velejadores do Itajaí Sailing Team (IST) esperam para a chegada do Team Akzonobel, amanhã (05), em Itajaí. Terceiro colocado na sétima perna da regata – no percurso Auckland (Nova Zelândia) a Itajaí – a equipe holandesa conta com a única velejadora brasileira da competição: Martine Grael. No entanto, além da sua chegada triunfal na Vila da Regata de Itajaí, certamente envolta na bandeira do Brasil, ela deve rever seus pais ainda em água. Eles irão ao seu encontro a bordo do veleiro que representa Itajaí nos cenários nacional e internacional da vela, o IST.
Aos 27 anos a velejadora brasileira é campeã olímpica e mundial de Iatismo na classe 49er FX, junto com a parceira e proeira Kahena Kunze. Martine, inclusive, foi eleita pela Federação Internacional de Vela a melhor velejadora do mundo em 2014. Ela é filha do também campeão olímpico Torben Grael, considerado o maior velejador brasileiro de todos os tempos, e da mestra em veterinária e ex-velejadora Andrea Grael, que foi vice-campeã brasileira da classe Optimist e depois sagrou-se campeã brasileira de Laser.
E o sucesso de Martine no esporte é facilmente justificável: além do DNA de seu pai, o contato com a vela começou antes mesmo de seu nascimento. Ela participou de uma regata de tripulação feminina em 1990, no percurso Santos – Rio, ainda na barriga de sua mãe, que foi a timoneira. Além disso, Martine começou a velejar muito cedo, ao lado de Andrea, que desistiu das competições para se dedicar aos filhos e, até hoje, veleja por paixão.
Aos quatro anos a atual campeã já competia, naquela época, pelo Rio Yacht Club. No início da adolescência ela e Kahena se conheceram e começaram a participar de competições em barcos diferentes, as duas com 13 anos, e tornaram-se rivais na água. Em 2004 e 2006 Martine foi bicampeã brasileira da classe Optimist e, em 2009, Martina e Kahena, velejando juntas como timoneira e proeira, foram campeãs mundiais júnior na classe 420.
Entre 2009 e 2014 Martinea acumulou vários títulos e foi em 2014 que tornou-se, junto com Kahena, campeã mundial em Santander, na Espanha. Foi a primeira vez que velejadoras brasileiras conquistam o título.
Amigas de infância e ex-rivais na vela em categorias diferentes, Martine e Kahena foram eleitas as melhores esportistas do ano pelo Comitê Olímpico Brasileiro, recebendo o Prêmio Brasil Olímpico de Atleta do Ano em 2014.
Em 2015, na disputa da Copa do Mundo da Federação Internacional de Vela, Martine conquistou um ouro em Weymouth, na Inglaterra; uma prata em Hyères, na França; e um bronze em Miami, nos Estados Unidos. Em Toronto 2015, disputando os Jogos Pan-americanos, foi medalha de prata.
Na Rio 2016, Martine tornou-se campeã olímpica de vela e ela e Kahena são as atuais nº1 do mundo na classe 49er FX pelo ranking da FIV. Com a medalha de ouro, ela e Torben Grael são os únicos pai e filha campeões olímpicos da história do esporte brasileiro.
Emoção
Além do encontro da velejadora com os pais após a mais difícil e perigosas pernas da Volvo Ocean Race, o fato dela ser recebida por Torben e Andrea a bordo do veleiro Itajaí Sailing Team, que já pertenceu a família, deve agregar ainda mais emoção ao momento. O comando do veleiro na ação deve ficar a cargo do capitão do time, Marcelo Gusmão Reitz, mas nada impede que Torben assuma o controle em alguns momentos, afinal, muito ele já pilotou o veleiro Soto 40, considerado um dos mais rápidos da classe Oceano e que foi adquirido pela equipe itajaiense em 2016.
Participação expressiva na Volvo Ocean Race
Além de receber os velejadores, durante o Stopover Itajaí a ideia é que o barco do IST ainda faça outras ações durante o Stopover Itajaí. Entre elas, saídas com autoridades, patrocinadores e convidados, além de acompanhar as regatas In-Port e a Volvo Academy.
O projeto Itajaí Sailing Team tem o patrocínio da APM Terminals Itajaí, Portonave, Multilog, JBS, Brasfrigo e o apoio da Anasol, Molim, Clindex e Marina Itajaí.
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