Coluna Dois Toques: Por Jean Pablo
Nos últimos dias por ando as pessoas me param e fazem a pergunta de sempre: ”E o Marcílio? Vem forte? É só pra não cair? Posso me iludir?” Resolvi fazer uma pequena análise dos números das últimas três edições do Campeonato Catarinense, para que possamos ter uma ideia do que precisa fazer o Marcílio Dias para alcançar os seus objetivos.
Receita para permanecer na elite
Primeiro é preciso deixar bem claro para o torcedor que o objetivo do Marcílio Dias é permanecer na elite, para que na sequência consiga melhorar a sua situação financeira, conquiste a confiança de novos investidores para ai sim sonhar mais alto.
Os números deixam claro que o objetivo não é tão difícil quanto parece, nos próximos tópicos você pode conferir os números. É óbvio que olhando para a tabela podemos colocar Chapecoense, Figueirense, Avaí e Criciúma como times que provavelmente não passarão dificuldades. Depois destes tem o Tubarão com seus investidores e uma folha 5 vezes maior que a do Marcílio Dias. Após estes 5, temos o Brusque que tem uma sequência de trabalho, dinheiro em caixa de venda de jogadores e vaga na Copa do Brasil. Se pudesse apostar o meu dinheiro criaria este G6 de times que não vão lutar pelo rebaixamento.
Sobram Marcílio Dias, Joinville, Metropolitano e Hercílio Luz. O Leão do Sul pode surpreender, fez uma boa Copa Santa Catarina e tem se reestruturado completamente, mas ainda deixo ele no grupo de baixo. Dito isso, a primeira coisa que o Torcedor Marcilista precisa saber, é que o Marcílio Dias vai perder mais jogos em 2019 do que perdeu em 2018 e 2017. Mesmo quando não alcançou o acesso em 2017 o torcedor se acostuma a vencer jogos, na série A as coisas são diferentes. Se o Marcílio Dias escapar do rebaixamento com 18 pontos ele deve ter na média 10 derrotas.
Em algum momento da competição o Marcílio terá uma sequência ruim, de dois, três até quatro jogos sem vencer ou com derrotas. A maioria dos times que escapam do rebaixamento dão respaldo ao treinador e enfrentam a sequência ruim. Isso vai acontecer em algum momento, se não acontecer o Marinheiro será o campeão. Então é necessário que o torcedor tenha calma, não só o torcedor, mas também e principalmente a diretoria, que não pode sair por ai trocando de treinador na primeira sequência ruim.
O Técnico Renê Marques teve um início ruim na série B, mas depois de todo o primeiro turno quando conhecemos os times de Camboriú e Fluminense, vimos que os resultados de início não eram ruins, os adversários é que também tinham qualidade. Aquele início criou uma tempestade em copo d’água dentro do clube que poderia ter terminado em naufrágil, o Renê foi demitido com apenas uma derrota. Ainda bem que a opção pra substituir quem começou o serviço deu muito certo e o Waguinho Dias levou o Marinheiro ao acesso, então calma e deixemos o Professor trabalhar, vale lembrar que ele iniciou o último Catarinense com três derrotas seguidas e terminou em terceiro lugar com o Tubarão.
Segundo ponto é o estilo de jogo. Analisando os números de vitórias e pontos necessários para escapar do rebaixamento, na média 18 pontos, chego a conclusão que o EMPATE sai muito caro. É óbvio que um empate é melhor que uma derrota, mas o risco da derrota não vale o um pontinho do empate, principalmente quando os adversários forem times que não brigam pelo rebaixamento.
Acho que a característica ofensiva do Waguinho é o caminho certo, jogar fechado por uma bola contra a Chapecoense que tem jogadores que custam as vezes sozinhos toda a folha do Marcílio Dias é quase suicídio. Você pode dizer que atacar esse time é pior, mas ficar 90 minutos se defendendo contra quem tem tanta qualidade não adianta, uma hora a bola vai entrar e depois que entrar não terá força para correr atrás. Perder faz parte, o risco vale a pena e o número de vitórias é um importante critério de desempate.
Quando os adversários forem os concorrentes ao rebaixamento cada jogo é uma final e todos os jogos valem 6 pontos. Em 2017 o Barroso venceu o Figueirense em casa por 4×1 e na sequência perdeu pro Inter de Lages por 1×0. No fim das contas se tivesse perdido pro Figueirense e vencido o Inter teria escapado com os mesmos pontos.
Para terminar, mas não menos importante. O pulo do gato pode estar nas primeiras rodadas. Os times que disputam as Séries A e B, começarão a sua preparação física bem depois do Marcílio Dias, que já esta correndo nas praias da cidade e nos campos de amador. Então o Marinheiro precisa aproveitar a tabela pesada que colocou grandes logo de cara, um limão azedo, mas transformar isso em limonada, pois no segundo turno esses grandes estarão voando.
Números para escapar do rebaixamento
Pegamos os números das três últimas edições pois em 2015 o campeonato tinha outro formato. Em 2018 o Hercílio Luz conseguiu permanecer na elite com apenas 17 pontos, o Inter de Lages foi rebaixado com os mesmos 17 perdendo no saldo de gols.
No ano anterior, o Figueirense escapou com 19 pontos e o primeiro rebaixado foi o Almirante Barroso com apenas um ponto a menos. Vale lembrar que no confronto dos dois times o Figueirense venceu a partida com um pênalti inexistente, se o árbitro não tivesse errado o Barroso teria escapado. Mas de qualquer forma o time verde teria chegado aos mesmos 19 pontos do Figueira, que seria o rebaixado com com 16 pontos, ou seja, 17 pontos seriam o suficiente.
Em 2016 o grande que quase caiu foi o Avaí, a equipe da Ilha escapou fazendo 20 pontos, o primeiro rebaixado foi o Guarani com 17 pontos. Levanto estes números para chamar atenção ao número 18, um ponto por rodada podem ser o suficiente para que um time se mantenha na elite, uma conta apertadíssima, mas é o que mostram os números das últimas edições.
Números para classificar no G4
Nas últimas três edições tivemos por duas vezes times fora dos 5 times com maior exposição no estado, entre os 4 primeiros. Em 2018 tivemos o Tubarão figurando na terceira posição com 26 pontos, os mesmos pontos do quarto colocado Criciúma. Em 2017 o Brusque foi o quarto colocado com 29 pontos, mas 25 já seriam suficientes, já que o quinto lugar marcou apenas 24 pontos. Em 2016 o Figueirense fechou o G4 com 26 pontos dois a mais que o quinto colocado Brusque que marcou 24.
Nesta conta os 26 pontos devem dar o quarto lugar com certa tranquilidade, talvez 25 pontos sejam o suficiente.
Já disse que o objetivo é não cair, mas a diferença de quem não cai pra quem entra no G4 pode ser de 6 pontos, duas vitórias. Então precisa alcançar os 18 pontos e se der tempo, sonhar um pouco não faz mal a ninguém.
Schwenck terá jogo de despedida
Para encerrar o papo de hoje. Ao que parece o pessoal lá Marinheiro leu a nossa coluna e darão ao Schwenck uma festa digna da sua carreira e um cargo no clube. Parabéns pela atitude.
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