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Dívidas do futebol catarinense ajudam a entender os resultados dentro de campo

No final do ano de 2014, o futebol de Santa Catarina vivia o ápice de sua história. Chapecoense e Figueirense permaneceram na Série A do Brasileiro e Joinville (campeão) e Avaí subiram. Santa Catarina passou a ter 4 times na elite do futebol brasileiro, o segundo estado com mais representantes. Porém, em 2015 não foi possível manter tantos times na primeira divisão. Caíram dois, ficaram dois. Ainda assim foi um bom número. Até chegar 2020. Após 18 anos seguidos, nenhum catarinense está na Série A do Brasileirão.

A derrocada do nosso futebol tem explicações. É um misto de administrações ruins, endividamento e times fracos. Vamos trazer para você as 5 maiores dívidas do futebol catarinense que ajudam a entender a queda do futebol barriga verde:

5º) CRICIÚMA: Aproximadamente 10 milhões de reais. A dívida do Tigre não é tão grande e está controlada. O problema do Criciúma, que é gerido por uma empresa é na montagem dos times. Tem dinheiro e gasta mal. Última vez na Série A do Brasileiro foi 2014. 2020 está na Série C.

4º) AVAÍ: 32 milhões de reais em agosto de 2019. O Avaí conseguiu reduzir sua dívida que estava em 50 milhões de reais e segundo o presidente Francisco Battistotti, se o Leão tivesse permanecido na Série A do Brasileiro ano passado, com as receitas milionárias da TV, teria quitado 100% de sua dívida. Porém é necessário equilibrar. Battistotti faz um trabalho impecável na recuperação financeira do Avaí. Só que no futebol, tem deixado a desejar. Campanha pífia ano passado na Série A, gastando mal. Pagar 100 mil reais ao Douglas, que ficou mais no DM do que em campo é um erro. Ajeitar a casa é importante, mas o time precisa ser competitivo.

3º) JOINVILLE: 44 milhões de reais. O JEC é o clube que mais caiu esportivamente. Se em 2014, a torcida comemorava a conquista da Série B do Brasileiro, ninguém imaginaria que este seria o último grande feito do Coelho. O ano seguinte (2015) foi humilhante na Série A. 2016 um novo rebaixamento para Série C. Em dois anos, o JEC estava na Série C e com uma dívida que beirava inacreditáveis 50 milhões de reais. A sangria só foi estacada em 2018, mas o clube estava novamente rebaixado, agora para a Série D. E para piorar, neste ano de 2020, o clube tem atrasado salários com o atual elenco. Cabe ao Joinville administrar e pagar esses 44 milhões, não fazer novas dívidas e ficar atento ao mercado. Montar elencos modestos, mas competitivos, permanecer na primeira divisão do Catarinense e tentar voltar para a Série C.

2º) CHAPECOENSE: 82,1 milhões de reais. A informação veio do presidente Paulo Magro na Rádio Chapecó. Vale lembrar que até 2016, a Chape era referência em gestão. Operava sem dívidas e conseguia resultados incríveis dentro de campo. Em 2009, a Chape subiu para a Série C do Brasileiro. Em 2010, com situação crítica financeira, cai no campeonato catarinense, mas permanece na primeira divisão porque o Atlético de Ibirama se licencia do futebol. Esse é o ponto de partida do crescimento. A diretoria paga as dívidas e começa a levar o futebol a sério. 2012 sobe para a Série B. 2013 é vice campeã brasileira na Série B (Palmeiras foi o campeão). 2016, após 3 anos seguidos na Série A, a Chape chega a final da Copa Sul Americana. O Verdão do Oeste era referência em administração de clube e futebol. A tragédia de 2016 infelizmente tirou a vida dos atletas, comissão técnica e diretoria. Parece também ter levado o projeto Chapecoense. 2017, 18 e 19, o clube cria dívidas astronômicas. Apenas 32% dos 82,1 milhões são referentes as indenizações, acordado para pagar em 9 anos. A Chape gastou mal com o futebol, que ano passado, terminou pela primeira vez no rebaixamento, após 6 anos seguidos de Elite. A atual diretoria tem pretensões de arrumar o clube. A Chape é um exemplo que boa gestão, mesmo em um clube pequeno, traz resultados gigantes dentro de campo.

1º) FIGUEIRENSE: 165 milhões de reais. O valor é inacreditável, inaceitável e preocupante. Só na gestão da Elephant a dívida do Figueira aumentou em 87 milhões de reais. O clube assinou em agosto de 2020 com a empresa Alvarez & Marsal, que será responsável pela estratégia de quitar dívidas e buscar investidores. O Figueira não pode ser rebaixado para a Série C. Uma dívida astronômica dessas deixaria o clube numa situação crítica jogando uma terceira divisão. O caminho será longo para a retomada do time que mais vezes representou Santa Catarina na Elite do Futebol Brasileiro e que venceu todos os grandes no estádio Orlando Scarpelli.

O futebol de Santa Catarina caminha para uma mudança de cenário. Talvez os mais conhecidos hoje percam protagonismo a médio prazo. Joinville e Criciúma estão longe da Série A e vivem um jejum de títulos. Chape e Figueira se endividaram muito nos últimos anos. Não seria loucura pensar que Brusque, Marcílio e Juventus, com dívidas menores e ambições grandes possam ocupar esses espaços. O Brusque está à frente. Finalista do Catarinense 2020, tem um time muito forte na Série C do Brasileiro e conta com um patrocinador grande. Já o Marcílio vem em recuperação a 3 anos. Organização de suas dívidas, times competitivos e torcida participativa. E o novato Juventus, que já fez uma graça neste Catarinense, tem uma gestão de futebol competente com planos ousados. Não sei como estará o futebol catarinense em 2025, mas é certo que as dívidas serão os adversários mais cruéis dos nossos clubes

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