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Coluna do Profº Melim: 21 Anos da Série B 1999

Eu sou o professor Gustavo M. Gomes, pesquisador e historiador independente do futebol itajaiense. Nesta coluna semanal, trago curiosidades a respeito deste material.

Hoje a coluna relembra um dos títulos mais especiais do Marinheiro nas últimas décadas: o Campeonato Catarinense “Série B” 1999.

Especial porque o clube havia sido rebaixado em 1998 mas, num jeitinho da FCF, jogou a “Série B” no mesmo ano – no 2º semestre – e foi uma desgraça: num campeonato com times totalmente inexpressivos como Botafogo de Xaxim e Olaria de Xanxerê, terminar em 4º lugar foi realmente decepcionante. Além disso, a competição foi disputada ao mesmo tempo da Copa Santa Catarina, onde ficamos em último.

Para 1999, o time não era bom, mas estava mais esforçado – e reforçado. E o torneio teria uma novidade bastante inusitada: outro time de Itajaí, o Itajaí Esporte Clube, havia se inscrito para disputar a 2ª divisão. O clube fora fundado em 1979 mas jamais havia entrado em atividade profissional até aquele momento.

E fez muito bonito pra um estreante! O 1º turno foi a Taça Radialista Alfredo Costa, que nós vencemos ao passar pela Blumenauense na semifinal e derrotar o Próspera na decisão. Depois disto o Marcílio Dias caiu muito de produção e venceu apenas 2 das 9 partidas do returno, ainda assim chegando às semifinais, onde foi superado pelo Timbó, que fez a decisão com o Itajaí EC. Este sagrou-se campeão do returno e conquistou a Taça Radialista Clésio Búrigo. Assim, pela primeira vez a Série B seria decidida por dois clubes da mesma cidade.

Aquela decisão foi sem dúvida uma das mais páginas mais importantes já escritas em toda a história do clube. Com todas as dificuldades imagináveis, aquele grupo de jogadores pode ter salvo o Marcílio Dias de ter o mesmo destino do extinto Almirante Barroso, uma vez que o Itajaí EC, caso vencesse, seria o representante da cidade na elite do futebol catarinense – e receberia todas as atenções por isso, relegando o Rubro-Anil ao ostracismo numa situação econômica desesperadora. O centroavante Adriano, artilheiro do time na competição, brilhou no jogo final marcando 2 gols na eletrizante vitória por 5 x 4, e foi escolhido o melhor jogador daquele campeonato. Pela conquista, o Marcílio Dias ganhou o Troféu Dr. João Américo Watzko.

O resumo estatístico é o seguinte:

26 Partidas

11 Vitórias

07 Empates

08 Derrotas

33 Gols Pró

31 Gols Contra

Curiosidade: a epopeia do Itajaí EC foi efêmera: no dia seguinte à decisão do Campeonato Catarinense “Série B” o clube foi desativado. Ficou 20 anos em estado latente e acordou por apenas seis meses. Nunca mais retornou.

Outra curiosidade: foi neste ano que o Marcílio Dias usou pela 1ª vez a clássica camisa quadriculada semelhante à atual da Croácia.

Até a semana que vem!

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Time do 1º jogo da final do 1º turno, contra o Próspera. Pela ordem: Luciano, Claudinho, NIlson, Benê, Edu Cortina, Emerson Gaúcho e Tatinha (auxiliar técnico). Luizinho, Gilberto, Adriano, Bolé e Jair Santos

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