O C.N. Marcílio Dias ao longo dos mais de 100 anos é especialista em protagonizar jogos memoráveis. A história de Araraquara é um roteiro épico e o final tão perfeito digno de Oscar. São casos como esse que fazem o futebol ser apaixonante. Jamais podemos menosprezar o imponderável.
O adversário na Segunda fase era o melhor time da Série D. A Ferroviária tinha um dos maiores investimentos e era tratada como favorita. Aumentou o favoritismo depois do jogo de ida com o empate em 0 a 0 no Gigantão.
A semana que antecede o jogo da volta é muito importante. O Marcílio sofre um surto de Covid no elenco: 17 jogadores e 6 membros da comissão técnica testam positivos. O clube tenta adiar o jogo, sem sucesso.
16 jogadores e Gelson Silva encaram a missão de representar o Marcílio em Araraquara. E classificar o Marcílio. A partir daqui a história é deles.
Foi uma surpresa saber que eu teria que suprir a ausência do Waguinho. Sabia que era um desafio muito grande. Fiz algumas mudanças no time por causa dos desfalques. Medina no lado direito pediu pra jogar na esquerda. Nós saímos perdendo, mas no intervalo conversei com os atletas. A gente tinha mais volume de jogo. Era questão de manter. Quando teve a expulsão o time acreditou e virou o jogo. Foi histórico. Jamais vou esquecer”
Gelson Silva – coordenador técnico do Marcílio
Com certeza esse é um dos jogos que vai ficar marcado na minha carreira. Assim que recebemos a notícia obviamente foi um susto muito grande para todos nós, principalmente pela saúde de cada um. Mas graças a Deus todos estavam bem. Realmente era uma situação muito difícil, mas não impossível. Internamente foi muito bem trabalhado a nossa questão psicológica, um fator fundamental para que pudéssemos alcançar essa virada histórica. Acreditamos desde o início que seria possível, isso mostrou a força do nosso grupo e a camisa pesada do nosso marinheiro.
Luan – zagueiro do Marcílio
Foi um jogo que marcou muito! Eu lembro que quando estávamos entrando em campo passamos pelos jogadores da Ferroviária e eles não apertaram nossa mão. Aquilo foi uma dose de energia que tivemos. Quando vencemos, a alegria de todos no vestiário era notável. Uma sensação indescritível.
Alessandro – volante do Marcílio
O que mais me marcou nesse jogo não foi o gol da classificação, mas com certeza fiquei muito feliz. Duas coisas: a primeira porque minha esposa disse que eu faria o gol e a segunda foi uma atividade que o professor Gelson fez conosco antes do jogo, nos ensinando que o grupo junto traria a classificação de Araraquara. A sensação do gol com certeza é o ápice de uma partida de futebol e eu fiquei feliz demais, cheguei a chorar. Mas com certeza o que mais me marcou foi ver o brilho no olhar de cada um dentro de campo fazendo o seu melhor. Sinceramente? Mesmo se eu não tivesse feito o gol, eu sairia o cara mais realizado dentro de campo porque fizemos o nosso melhor. Deus quis me presentear com esse gol e sou muito agradecido porque fiz parte de um momento gigantesco na história do Marcílio Dias.
Luiz Renan – lateral direito do Marcílio
Imprensa de Araraquara também comenta o feito Marcilista
O empate no jogo de ida e os desfalques criaram uma grande expectativa da torcida da Ferroviária. Foi uma das maiores decepções da torcida e de nós da imprensa. Tony, que era um ídolo, torcida já não quer mais ver com a camisa da Ferroviária. Lucas Mendes ficou marcado pela expulsão. Não foi uma derrota qualquer.
Marquinhos – jornalista de Araraquara (Os Campeões da Bola)
This post was created with our nice and easy submission form. Create your post!
GIPHY App Key not set. Please check settings