O Almirante se prepara para a sétima rodada do returno na série B com a chance de garantir sua vaga na série A do Catarinense. A partida acontece no próximo domingo, dia 30, às 10h30 no Camilo Mussi, em Itajaí. Até aqui, o time acumulou 34 pontos, seguindo do Tubarão, com 32 pontos e do seu adversário neste confronto direto, o Juventus, com 27 pontos que está empatado com a equipe de Concórdia. Se vencer, o alvi-verde de Itajaí garante o acesso, que ainda pode vir a partir de um empate, caso o Concórdia não conquiste a vitória contra o Operário de Mafra. A chance de acesso com duas rodadas de antecedência vem de uma campanha consistente que conta com 75% de aproveitamento e foi composta por apenas uma derrota, 10 vitórias e 4 empates. Faltando 3 rodadas para o final competição, nenhum time conseguiu vencer o Barroso em casa.
O time voltou ao futebol profissional em março de 2016, mas já vinha se preparando para a competição desde o final do ano passado, quando conquistou a vaga para a série B do Catarinense. O treinador, Renê Marques montou o elenco com peças conhecidas da região e atletas descobertos durante o projeto de composição do time, realizado no Naviraiense. Além disso recebeu alguns reforços que vieram por empréstimo do Coritiba. Nos bastidores a equipe sempre se mostrou confiante. “Nós não podíamos prever uma campanha tão produtiva, o torcedor barrosista talvez menos ainda. Por outro lado nos preparamos para isso desde a primeira contratação”, conta Adriano Cipriano, presidente do Futebol do Barroso
Os segredos da campanha.
Renê nunca escondeu a forma com que trabalha com seu elenco. Na série B do Catarinense, optou pela composição de um grupo com qualidade técnica e força para lidar com os gramados mais pesados da competição. O time conta com o equilíbrio da experiência de atletas como Buru, Safira e Robenval em contraponto com a energia de nomes jovens, como o do lateral Pichu. Aliás, para o treinador, equilíbrio é a palavra deste campeonato. “Muitos times se mantiveram com chance de acesso por um longo tempo nessa disputa. A consistência que fez a diferença no caso das 4 equipes que seguem lutando na sétima rodada.” Outra característica importante é o elenco homogêneo. Renê conta que desde a montagem, trabalhou com a possibilidade de contar com todas as opções. “Assim administramos o time aproveitando os melhores atributos dos nossos jogadores e impondo o ritmo de jogo a partir das características do elenco adversário”.
A análise de desempenho também contribui muito para o sucesso do time até aqui. Todas as estatísticas de jogo se transformam em ferramentas tanto para planejar as próximas partidas quanto para contribuir com a evolução dos atletas. A notória solidez na estratégia de cada disputa, mostra um time comprometido e que compreende com segurança seu papel na partida a partir das informações trabalhadas jogo a jogo.
Do passado de Itajaí para a chance real na elite do Catarinense.
A camisa branca e verde do Barroso apareceu no futebol profissional de Santa Catarina em 1949, mas a história do clube começou 30 anos antes dessa bola rolar no gramado.
A Fundação do Clube Náutico Almirante Barroso aconteceu no dia 11 de maio de 1919, depois de mais de 40 membros do recém fundado, Clube Náutico Marcílio Dias solicitarem os suas desassociações. A saída em massa aconteceu porque parte do Clube não concordava com a eleição da madrinha dos dois primeiros barcos do rubro-anil, chamados “Yara” e “Yarê”. A eleição que terminou em empate entre Marieta de Moro e Virgínia Fontes, acabou pela escolha da primeira candidata e a demissão de quase metade dos sócios.
O Clube Náutico Almirante Barroso, fundado para a prática do remo, logo adquiriu seus barcos e tornou-se o conterrâneo rival de Marcílio Dias. Naquele ano, o futebol já tornou-se parte da história dos clubes de forma inusitada. A diretoria do irmão mais velho convidou seu adversário para um jogo de futebol e acabou recebendo uma negativa do Barroso, que limitou-se a enfrentar o rival somente sobre as águas. O remo rendeu ao Barroso conquistas de expressão estadual em 1920, 1921, 1927 e 1928.
Os primeiros jogos profissionais do Barroso no futebol iniciaram por volta de 1940, e o primeiro jogo de que se tem registro foi contra o Riachuelo de Florianópolis. O investimento no futebol estava apenas começando e 1949 foi um ano especial para os amantes de futebol do Almirante. O Clube firmou parceria com o Lauro Muller Futebol e no mesmo ano conquistou o Campeonato Itajaiense promovido pela Liga Itajaiense de Desporto.Poucos anos depois, a parceria se desfez e o Barroso deu continuidade às atividades, inaugurando em 1956 o Estádio que era conhecido com Estádio na Rua Silva.
Em 1959 o Barroso levantou novamente a taça de Campeão Itajaiense. A final foi disputada contra o Marcílio Dias. Em 1963, o rival revidou, tirando do Barroso o título de Campeão Catarinense que, apesar disso teve seu vice-campeonato estadual muito comemorado. Na década de 60, uma pesquisa popular apontava o Clube Náutico Almirante Barroso como o favorito da cidade.
Em 1972 o Barroso encerrou as atividades no futebol profissional cumprindo a missão de revelar jogadores como Quarentinha, ídolo da seleção brasileira de 1956 a 1966, o goleiro Diogo e o lateral esquerda Alvacir, ambos vendidos para o Corinthians, além de jogadores convocados para a seleção catarinense como Nelinho, Elio, Deba, Mima e Godeberto. A partir daí o Clube dedicou-se à prática futebol amador e construção de sua nova sede.
O retorno do Barroso ao futebol profissional aconteceu em março de 2016 em parceria com o Sport Club Litoral. Os presidentes do Clube, Helio Orsi e do Futebol Profissional Adriano Cipriano assinaram um contrato que deu ao Litoral a administração do futebol profissional do Barroso. Nessa configuração, o Barroso foi inscrito para disputar a Série B do Campeonato Catarinense, com o primeiro jogo no dia 17 de julho, contra o Porto, no Camilo Mussi, depois de mais de 40 anos.
Na primeira fase do campeonato o time emendou 4 vitórias seguidas contra as equipes do Porto, Concórdia, Hercílio Luz e o conterrâneo Marcílio Dias. No fim do primeiro turno, era dono da liderança invicta e responsável pela defesa menos vazada do campeonato. A única derrota veio na terceira rodada do returno, contra o Hercílio Luz, por 3 x 2. Apesar do resultado adverso, o Barroso fez história com o único gol olímpico da competição, de Rodrigo Couto.
A emoção não parou por aí: o goleiro Rodolfo salvou a equipe por duas vezes em dois pênaltis marcados nos últimos minutos das partidas contra o Jaraguá e o Marcílio Dias. Liderando a tabela do início ao fim da competição, a vitória na sexta rodada, em confronto direto com o Operário de Mafra, tirou o adversário da disputa e aumentou muito as chances do time de Itajaí que está bem perto de fazer parte da elite, na Série A do Catarinense.
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