Quando se escolhe um time para torcer, a decisão parece simples no início. Muitas das vezes é herança de pai para filho, algum jogo inesquecível ou simplesmente por ser o time da cidade. É incrível a fidelidade com a escolha. Troca-se de carro, de esposa e até de sexo, mas jamais o clube do coração. E olha que ele pode dar todas as decepções possíveis, você vai até a morte com ele.
O Marcílio tem uma torcida que está acima do seu potencial. O clube além de estar endividado tem uma dívida maior com o seu torcedor. A maior delas, que pode custar caro num futuro próximo: a falta de identidade. O torcedor não é representado dentro de campo, especialmente em jogos decisivos. O jogo de ontem não foi levado a sério, exatamente como não aconteceu no Piauí ou no mesmo Gigantão contra o Criciúma. O Marcilista não cobra o acesso ou o título, ele cobra a postura, a vontade de vencer e a revolta pela derrota. A revolta que Belliato teve ao sair de campo dando soco no ar e reclamando da atuação. Ou o choro inconsolável de Zé Vitor no final da partida. Sozinho, na beira do gramado. Como o torcedor se sentiu em casa.
Até quando o Marcílio vai aceitar as eliminações da forma que vêm acontecendo? O torcedor já não aguenta mais. Domingo não foi a arbitragem, não foi o adversário mais caro ou mais qualificado, não foi o calor ou o gramado. Foi a vontade de vencer. O Concórdia teve. O Marcílio jogou a semifinal. O Concórdia ganhou.
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