Eu sou o professor Gustavo M. Gomes, pesquisador e historiador independente do futebol Itajaiense. Nesta coluna semanal, trago curiosidades a respeito deste material.
Mexer com estatísticas históricas de futebol te proporciona descobrir coisas fantásticas, mas nem sempre no momento certo. Por descuido, este colunista deixou escapar um acontecimento histórico bastante significativo na centenária trajetória do Marcílio Dias que aconteceu no ano passado. Nosso último jogo pelo Campeonato Catarinense 2020 contra o Criciúma certamente não terminou da maneira que esperávamos com aquele gol do Jean Dias, mas alcançou uma marca bastante expressiva que até hoje ninguém havia se dado conta.
Desde o distante 20 de julho de 1930 até aquele 30 de julho de 2020, o Clube Náutico Marcílio Dias havia jogado 1600 partidas em 58 participações na principal competição do estado (lembrando que estamos na 59ª em 2021).
Aqui cabem alguns pontos importantes para se compreender estes números: em certas ocasiões o campeonato absorveu outras competições como fases e turnos. O Torneio Incentivo, criado em 1975 para não deixar clubes inativos parados, passou a fazer parte do Campeonato Catarinense a partir de 1979. Mesma coisa com a Copa Governador do Estado, criada como torneio independente em 1981 e que se tornou um turno do estadual de 1983 em diante. Até a Copa Santa Catarina, 2ª competição mais importante do estado, também fez parte em 1991-92.
Com tudo isso, o resumo estatístico histórico é o seguinte:
1600 jogos
568 vitórias
449 empates
583 derrotas
1984 gols a favor
1998 gols contra
Como se pode perceber, os números apresentam uma leve desvantagem no quadro geral.
Agora aqui vão algumas curiosidades:
Apesar de haver 26 gols cuja autoria ainda é desconhecida, a artilharia já tem dono garantido: Idésio Moreira, que marcou 78 gols ao longo de suas três passagens pelo clube. Renê (68) e Aquiles (59) vêm logo atrás, e todos eles atuaram juntos nos míticos anos 1960. A maior parte dos gols ausentes está nos anos 1930, 1940 e – pasmem! – 1990, razão pela qual Idésio não pode ser ultrapassado neste quesito. 33 dos nossos gols foram contra, marcados à nosso favor pelos adversários. Da mesma forma, de todos os gols que sofremos, 38 foram marcados por nossos próprios jogadores em situações infelizes.
O atleta que mais atuou também não poderia ser outro: Carlinhos do Parque, que até o momento já foi registrado em 437 partidas. Algo bem interessante é que, no top-5 de participações, quatro são atletas dos anos 1980: o próprio Carlinhos, Mauro Ferreira (277), Leleco (215) e Veiga (212). Do atual elenco, Magrão é o que mais jogou (38, já contando com 2021).
A participação mais curta do clube em um torneio foi em 1939: apenas UMA partida jogada, quando entramos diretamente nas quartas de final contra o Figueirense e perdemos o jogo. Em compensação, no campeonato de 1980, disputamos absurdos OITENTA E OITO jogos, num torneio monstruoso que começou com o Torneio Incentivo em outubro/79 e só foi acabar com a última rodada atrasada realizada em março/1981.
Jogamos um total de 786 partidas no Gigantão das Avenidas, com aproveitamento de 63,8%. O técnico que mais comandou o rubro-anil na competição foi também nosso único campeão pela mesma: Milton Gonçalves tem exatos 100 jogos à frente do time, com 65,5% de aproveitamento.
Os adversários que mais enfrentamos foram: Avaí (136), Figueirense (133), Criciúma (131), Joinville (125) e o extinto BEC (100) – que acabou de ser alcançado pela Chapecoense.
Dois lembretes muito importantes: 1) estes números não abrangem o atual campeonato de 2021; e 2) vários deles ainda podem aumentar mais um pouco mais conforme novas informações vão sendo descobertas com o tempo.
Até a próxima!
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