A rivalidade entre equipes faz parte do Futebol, sempre vista como uma relação de rixa perante a outra agremiação, as grandes rivalidades do futebol mundial, nacional e local movimentam muito a paixão do torcedor, aflora um sentimento que em muitos casos ultrapassa a questão futebolística e o campo e bola se torna um segundo plano, gerando uma violência entre torcidas, que principalmente por um país que a impunidade impera, devido à ineficácia dos governantes em promover medidas coercitivas para conter quem deseja transformar a paixão do futebol em ódio ao próximo.
Nos últimos anos estamos tendo uma redução de clássicos com duas torcidas, na Argentina os jogos de maiores rivalidades são realizados com torcida única e mesmo assim no ultimo jogo entre Boca Junior x River Plate foi protagonizado um dos maiores vexames da história da Copa Libertadores que resultou na eliminação da equipe do Boca. E no Brasil alguns clássicos estão sendo realizados com a torcida mandante somente, no ultimo caso foi o clássico Catarinense entre Avaí x Figueirense, que no estádio da Ressacada recebeu somente os torcedores Avaianos, conforme divulgado a Policia Militar não conseguiria realizar a segurança com as duas torcidas neste jogo. Uma iniciativa boa neste sentido está sendo adotada nos Grenais com duas torcidas no mesmo espaço, mostrando que existe torcedor consciente e que sabe torcer respeitando o próximo, não podemos ficar somente nessa iniciativa, devemos criar uma estrutura para coibir e punir os que desejam transformar o estádio em arena de batalha.
Ao mesmo tempo em que o torcedor deseja ver seu time vencer o rival, ganhar de goleada, o time adversário sendo derrotado e até ser rebaixado, tenho certeza que nessa relação um depende do outro, em uma relação de amor e ódio, que o sucesso e o fracasso fazem parte, mas a necessidade de coexistência do adversário é importante para o rival. Já imaginou como ficariam os torcedores de Internacional e Grêmio sem o Grênal??? Atlético Paranaense e Coritiba sem o Atletiba??? Corinthianos e São Paulinos sem o Majestoso?? Flamengo e Fluminense sem o FlaFlu?? Entre outros…
Para ilustrar e ter uma idéia o Derby Campineiro entre Guarani e Ponte Preta não é realizado desde 2013, em virtude de a equipe bugrina estar na seria A1 do Paulista e Serie C do Brasileiro, enquanto a Ponte Preta se encontra na elite do futebol Brasileiro e Paulista. Esse fato é muito ruim para as duas equipes e seus torcedores, tenho certeza que o torcedor sente falta desse clássico!!! Em nossa região o grande clássico era Clube Náutico Almirante Barroso e Clube Náutico Marcílio Dias, que realizaram grandes jogos movimentando a rivalidade do torcedor na cidade de Itajaí e região. O ultimo confronto das duas equipes foi em um amistoso em 14 de novembro de 1970, no Gigantão das Avenidas vencido por 2×1 para equipe Rubro-anil, depois o Marinheiro fechou o departamento de futebol retornando somente aos gramados em 1974, enquanto o Barroso encerrou o futebol profissional em 1971. Tenho recordações quando criança de jogos memoráveis do Marinheiro que acompanhei ao lado do meu Pai como a derrota no apito em 1992, para equipe do Brusque por 1×0, na semifinal do Catarinense com um gol impedido, depois o Brusque se sagrou campeão Catarinense daquele ano. A grande vitória por 5×4 do Marinheiro sobre a equipe do comendador Cidio Sandri (ex-presidente do Marcílio e antigo dono da rede Vitória) que fundou a equipe do Itajaí (torcida do sacolão), na segunda divisão de 1999, lembro de um garoto com estilo pagodeiro cabelo prateado (Adriano), fazer dois gols naquele jogo. Essa rivalidade sadia, que transforma torcedores, movimenta a paixão pelo clube, fica na memória e traz a maior alegria na vitória e uma tristeza profunda na derrota. Hoje nem o torcedor Barrosense precisa secar o Marinheiro, pois ultimamente as duas equipes vivem somente na história do torcedor!! Sou grato por ter presenciado e vivido todas essas emoções que a geração de hoje não pode presenciar!!!
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