Diego Silva, volante campeão da Copa do Brasil de 2013 pelo Flamengo, campeão da Copa do Nordeste de 2018 pelo Sampaio Correa e com passagens por clubes tradicionais como Guarani, Portuguesa, Atlético Goianiense e Marcílio Dias decidiu se aposentar aos 33 anos.
Novo né? Todo mundo me pergunta o motivo que me fez parar. Fisicamente eu jogaria mais 3 ou 4 anos, mas o que pesou foi a parte mental, desgaste.
A perda da felicidade, o friozinho na barriga antes do jogo, motivada pela falta de estrutura, acordos não cumpridos e as mudanças de cidades pesaram na decisão. A passagem pelo Marcílio ainda fez Diego Silva adiar a decisão.
Eu me sinto realizado por tudo que eu construí como atleta. O Marcílio prolongou por 2 anos minha carreira. Antes de vir pro Marcílio eu já estava com a ideia de parar. Minha passagem no Treze não foi boa. Eu perdi alegria e rendimento.
A campanha na Série D de 2020 fez Diego Silva chorar de alegria e confirmar a decisão de parar. A vitória contra a Ferroviária por 2 a 1 e a goleada de 5 a 1 sofrida pelo Altos foram momentos importantes na vida de Diego.
Foi o único jogo que eu ganhei pelo Marcílio que eu chorei. Terminou o jogo e eu chorei. Araraquara o cenário era caótico. (Marcílio teve surto de Covid e apenas 13 jogadores estavam aptos a jogar). A gente foi lá e heroicamente venceu a partida.
Estava tudo correndo bem pra gente subir. Até o jogo da volta contra o Altos. Aquele jogo horrível. Um dos meus piores jogos. Uma decepção total. No final do jogo a gente se olhava, frustrado. Ali eu entendi que tinha acabado pra mim. Eu queria muito ter subido o Marcílio para encerrar a carreira.
Diego Silva ainda jogou a temporada de 2021. A última partida foi contra o Avaí pela Copa SC. Ele escolheu Itajaí para continuar morando, trabalhando e o Marcílio virou seu time do coração.
O que me fez ficar por aqui foi a questão familiar. Minha esposa gostou da cidade, minha filha teve uma sequência na escola, fizemos amizades.
Marcílio tem uma torcida apaixonada. Foi um clube que me cativou. Eu vivi as dificuldades como se fossem da minha casa. Eu queria resolver os problemas como se fossem dos meus filhos. Eu queria ajudar, queria ter dado um título. Mas eu entendi que era hora de parar. Eu posso ajudar torcendo. Num futuro voltar a trabalhar em uma outra função. Hoje eu posso falar que sou Marcilista. Fui Corinthiano por algum tempo até jogar contra. Hoje meu único time é o Marcílio.
Diego Silva virou jogador por influência do pai. Natural de Bento de Abreu (SP), ele seguiu o caminho que era sonho do seu Ivan.
No começo fui para tentar agradar meu pai. Depois acabei gostando. Ia para os testes e passava. Fui gostando de jogar. E as coisas foram acontecendo. Eu vou incentivar meus filhos a praticar esporte, mas profissional não vou forçar. Vou apoiar o que eles escolherem para a vida.
Confira outros trechos da entrevista:
O que você está fazendo e o que pensa para o futuro? A longo prazo eu pretendo fazer uma faculdade de Educação Física. Ainda não defini o que eu pretendo ser. Eu sei que eu quero ingressar no meio do futebol. Auxiliar, preparador físico, treinador, ainda não sei em qual área. Eu quero ser um bom profissional. O Toninho Camarão é fundamental na minha vida. Aprendo todos os dias com ele. 4 meses que estou na escolinha e ele não repetiu nenhum treino. Ele tem um leque gigante.
- Campeão com o Flamengo em reconstrução. Como foi aquela Copa do Brasil de 2013? No Maraca, 60 mil pessoas, fora Brasil todo, é uma energia sobrenatural. Marcante, tive o prazer de entrar no 2º tempo, viver aquele momento, o apito final, euforia da torcida e levantar o caneco.
- Pelo Sampaio Correa você foi campeão da Copa do Nordeste. Sampaio Correa foi o time que eu mais joguei. Fui campeão, tive acesso. Foi um momento muito bacana. Campeão da Copa do Nordeste. A gente desbancou o Vitória na semi e o Bahia na final. Foi um grande feito com um time que estava crescendo.
- Na época do XV você foi atropelado por uma moto na descida do ônibus? Lá do fundo do baú. A gente tinha acabado de chegar de um jogo. Fui descer do ônibus, não sei o que aconteceu, do nada uma moto me atropelou. Voei alto, caí, por sorte não quebrei nada. Fui muito zoado. O cara tava entregando pizza, passou, me atropelou, fiquei quase 3 meses sem jogar com a perna inchada. Depois virou motivo de chacota. Queriam pegar na minha mão pra atravessar a rua. Cuida do Diego ai, dá a mão ai, vamos atravessar junto. (risada).
- Verdade que você quebrava a modo no vestiário do Marcílio? Algumas vezes sim, confesso. Alguns shorts chamavam a atenção. A meu ver não era pra tanto.
- Aqui no Marcílio você quase apagou o 10 brincando de lutinha? O Rodrigo (10) é um cara que sempre brinca com a gente depois do treino. A gente zoava muito ele, amarrava, jogava no lixo. Sinto saudades da resenha.
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