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Toca e me Voy: Cinco Motivos Porquê

Quando eu era adolescente (e lá se vão boas 5 Copas do Mundo) sempre escutava uma frase-chavão usada pelos mais velhos: “o futebol de hoje não tem mais graça!”. Eu escutava a isso indignado, acreditava que o principal esporte do país e do mundo nunca perderia seu encanto, e obviamente achava que aquela indignação era coisa de velho rabugento.

25 anos depois, cá estou eu me tornando o velho rabugento que acha que o futebol brasileiro – sim, vou me atentar ao futebol do nosso país – de antigamente era muito melhor, e que o futebol atual ficou sem graça. É cada vez mais difícil achar a motivação pra ligar a TV e assistir a 90 minutos do nosso esporte bretão, e uma missão quase hercúlea se esforçar para assistir a um jogo in loco.

Foi então que parei para analisar o porquê da queda no interesse de algo que era antes praticamente sagrado, e agora perde espaço para outros esportes ou até, pasmem, para outros entretenimentos, como aquele aniversário do afilhado às 4h da tarde. Vou listar aqui os motivos principais e veja se você se identifica com algum deles.

Ah! Antes do protesto dos xiitas, vale esclarecer que essa é uma percepção pessoal e não uma afirmação cientifica que o futebol está ficando chato. Agora que já estamos conversados, vamos aos tópicos:

  1. Banalização dos jogos

Se pensarmos rápido, temos no calendário anual dos times de elite: Campeonato Brasileiro (38 jogos); Copa do Brasil (até 14 jogos); Libertadores (até 16 jogos) e Campeonatos Estaduais (Não fiz questão de contar, mas é bastante). A brincadeira pode chegar até mais de 80 jogos. Isso sem contar as Recopas, Primeiras Ligas e aquelas competições que ninguém sabe realmente pra que servem. São tantos jogos, mas quantos realmente importam? Quem tem tempo e dinheiro pra ir ao estádio com tanto jogo? Campeonatos estaduais inchados e com jogos chatíssimos parecem ser a chave desse problema. Mas quem quer mudar com tanto interesse político envolvido?

  1. Futebol Nutella

Como se não bastassem as chatices tomando conta dos estádios, com a proibição de tudo que faz daquele espaço uma festa, vivemos a ditadura do politicamente correto implantado em todos os jogadores, treinadores e dirigentes. Não pode provocar o adversário, não pode fazer uma declaração polêmica, não pode se posicionar politicamente. Ou seja, se você viu uma entrevista, você viu todas.

  1. É futebol, não teatro.

Vocês se lembram de um lance na Copa de 2002, aonde Rivaldo foi atingido por uma bolada na perna, e botou a mão no rosto caindo ao chão como se tivesse sido acertado por um chute do Anderson Silva? Essa praga de simulação virou quase que um hábito entre jogadores brasileiros (Só jogadores?!?! Viram que patético foi o Antonio Carlos, técnico do Inter, simulando uma agressão na beira do campo?). A cada rodada dá pra pinçar uns 2 ou 3 lances por jogo. E não é só tentar enganar o árbitro para forçar uma punição ao adversário, que por si só, já é algo desprezível. É optar por simular uma falta e ganhar um pênalti ao invés de tentar uma jogada. Faz isso no Campeonato Inglês pra ver o que acontece.

  1. Tratamento de gado

Nem vou me estender muito nesse tópico. Basta ir a um jogo em algum estádio Catarinense e ver o quão confortável é todo processo pra se ver uma partida. Do momento de estacionar ao carro até achar seu lugarzinho no estádio. É uma série de aventuras de dar inveja a Indiana Jones. Tudo isso por preços mais que abusivos. Ou seja, ninguém está nem aí para o consumidor do produto futebol.

  1. O efeito 7×1

Passamos bem provavelmente pelo maior vexame do futebol de todos os tempos. Daquele dia pra cá já contamos quase 3 anos. E o que foi feito para mudar o patamar do esporte no Brasil? Nada além de trocar de técnico duas vezes. Mas fazer a seleção brasileira jogar bem (após o período Apocalíptico com Dunga) não muda o patamar do esporte, não valoriza o produto no nosso país. Trouxe um pouco do interesse do público para com a seleção, mas em nada mudou a estrutura do esporte. Ou seja, a CBF cuidou da galinha dos ovos de ouro, mas deixou o galinheiro as moscas.

Na verdade os motivos não param por aqui. Ainda tem a corrupção esportiva ou a mania de achar que o país tem que “ajudar” o esporte, enquanto no exterior o futebol tem algumas das empresas que mais faturam no mundo. Mas esses cinco talvez sejam aquelas pedras no sapato que vemos todas as vezes que decidimos acompanhar um campeonato ou prestigiar o time do coração no estádio.

E você, ainda gosta tanto de futebol quanto a 10 anos atrás?

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